sexta-feira, 10 de junho de 2016

As redes sociais viraram um Battlefield[1]?


Artigo ChesterNEWS 10.06.2016 Área Temática: Comportamento.

Por que a discussão política virtual está tão radicalizada?

A internet virou um jogo de Tiro em Primeira Pessoa (FPS - First Person Shooter)?


Escrito por Chester Martins Pelegrini[2]

Quem acompanha os grupos públicos das redes sociais, principalmente os do Facebook ligados às discussões políticas deve ter notado certa radicalização de uns 10 (dez) anos para cá.

Antes das redes sociais, ainda nos idos dos anos 2.000 na virada do milênio já existiam fóruns de debates espalhados pela internet que dava seus passos iniciais no nosso país desde a segunda metade da década de noventa.

Em 2004, a rede social “Orkut”[3] ganhou escala ampla no Brasil, fazendo com que muitos tivessem a mais de 10 (dez) anos atrás experiências com redes sociais que depois foi amplamente dominada pelo atual Facebook.

Mas o que mudou de lá para cá se formos comparar as discussões?

É verdade que sempre existiram os tais “trolls”[4] na internet, que são aqueles cujo único objetivo é atrapalhar as discussões e tirar as pessoas do sério. Seria uma espécie de comportamento semelhante ao personagem do Coringa do Batman[5], eles só querem ver o circo pegar fogo sem motivo algum (aliás motivo tem, justamente ver tudo ir pelos ares).

Só que a “trollagem” há dez anos era a exceção, se alguém fosse congelado dez anos atrás e acordasse hoje nas redes sociais teria a leve impressão: “Sim os trolls venceram a batalha eles estão por todos os lugares”.

Hoje praticamente todo mundo está radicalizado na internet. Ter uma religião diferente, ter uma posição política diferente pode ser motivo de ser excluído dos círculos sociais virtuais de alguém.

Não é novidade que as pessoas gostam mais de pessoas com mais afinidades possíveis, ocorre que hoje em dia o individualismo chegou a tão ponto crítico, que as pessoas praticamente não querem mais ter amigos, mas cópias suas espalhadas por aí. As pessoas só toleram quem tem a mesma religião, mesma posição política e demais afinidades.

As pessoas parecem ter perdido a paciência em discutir com quem pensa diferente, a internet virou um campo de batalha virtual, semelhante ao jogo online de tiro Battlefield ou Call of Duty.

As pessoas apenas entram na rede para atirar umas nas outras, assim como no trânsito, a sensação de anonimato parece deixar todos mais animalescos.

Eu era otimista com o início da internet e fiquei deslumbrado com as possibilidades de troca de ideias entre as pessoas, eu pensava que na era da informação as pessoas iriam realmente trocar ideias e experiências. Utilizar a rede para realmente compartilhar experiências boas, essa era a expectativa do início da internet.

De um lado realmente as pessoas se ajudam mais na internet, você tem algum problema para resolver é só buscar no Google ou um vídeo no Youtube que é provável que alguém já tivesse um problema semelhante ao seu. Realmente estamos na era do compartilhamento. Pelo menos parte da promessa foi cumprida.

Tem tutorial pra tudo, deve ter tutorial até pra como ler um tutorial da forma correta.

A internet também moldou o comportamento das pessoas, antes as pessoas precisavam de livros e uma das outras para obter informação, hoje em dia dependendo se sua pergunta é besta demais, as pessoas simplesmente respondem: “Procura no Google”, tipo a propaganda do “Pergunta lá no posto Ipiranga”[6].

Como tudo está na internet virou inclusive falta de educação fazer algumas perguntas simples, a pessoa pensa? “O cara tá com preguiça de perguntar pro Google? dá licença”.

Em relação às guerras virtuais nos debates dos grupos, não só acusações verbais estão presentes no tiroteio virtual, há memes, frases de efeito, técnicas de ridicularização dos adversários.

Agora que as redes sociais foram difundidas por todo o mundo, tanto o setor privado quanto os governos perceberam o poder das redes. Muitos políticos e partidos criam verdadeiros batalhões virtuais de “militantes virtuais”.

Antes havia uma separação clara entre o “virtual” e o “real”. Essa divisão era bem definida e parece cada vez mais deixar de existir por completo.

A guerra virtual no caso é travada para a conquista de corações e mentes, no caso do marketing pelo dinheiro das pessoas, no caso dos políticos pelos votos, e na batalha das ideias pela supremacia das ideias vencedoras.

O partido PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), por exemplo, gastou em 2014 R$ 2.500.000,00 (dois milhões e meio) para arregimentar militantes, ou seja, os cabos eleitorais sejam virtuais ou reais.

Aécio Neves declarou mais de R$ 6.000.000,00 (seis milhões) em “serviços prestados por terceiros” em 2014.[7]

Em 2014 o PT (Partido dos Trabalhadores) conclamou seus “militantes virtuais” a pegarem em “armas virtuais” para defender o governo.[8]

O mundo real se fundiu na atualidade com o virtual. As pessoas tinham que ir para as ruas protestar, agora o protesto é “virtual”, mas com um grande peso na realidade.

Só que uma coisa já dá para perceber, esta guerra virtual já está drenando muitos recursos financeiros em alguns casos e gerando alguns efeitos bem reais. Há sinais de esgotamento das pessoas em relação às redes sociais. Muitos estão fugindo do Facebook e indo para grupos particulares no Whatsapp, rede social mais privativa onde as pessoas se expõem apenas para grupos mais próximos (grupos familiares, de amigos, turmas de faculdade, grupos de estudos, etc...).

Como a rede está sendo dominada por fanáticos e extremistas, muitos estão deixando de debater de forma séria, pois sabem que é perda de tempo. Ninguém está disposto de mudar de opinião, só sair atirando para que as próprias ideias prevaleçam.

Outra tendência é a questão do politicamente correto que dominou a rede. Militantes de todas as causas caem em cima de comportamentos que consideram “errados”. Por a foto de um bife magoa os vegetarianos. Falar que mulher não sabe dirigir é machismo. Fazer uma piada de alguma minoria é dano moral. A patrulha ideológica é tão intensa que muitos estão fugindo da exposição em redes sociais. Uns utilizam o recurso de criação de perfis falsos (fakes) para que suas identidades não sejam reveladas. Muitos nestas batalhas virtuais acabam tendo danos reais, podem ser processados judicialmente, expostos em sua privacidade, expostos ao ridículo entre outras coisas.

Nestas batalhas virtuais, muitos perdem amigos, uns perdem a paciência, muitos provocam uns aos outros. Não dá para saber se isto é uma tendência da modernidade, ou seja, estaríamos nós todos virando “Trolls”, egoístas e individualistas, ou seria somente o momento delicado da política brasileira que está instável de 2013 até a atualidade (2016).

São três anos de intensa batalha virtual, que deixou já o país dividido, amizades de longa data desfeitas. Torçamos para que a intolerância atual nas batalhas virtuais nas redes sociais seja apenas o resultado de um cenário passageiro específico do nosso país. Se for uma tendência permanente, a internet será dominada pelos atiradores virtuais, em que o único objetivo não é debater, mas duelar e vencer o duelo, onde levar a opinião do outro em consideração não está em cogitação, pois assim como no Battlefied, a única coisa que você deve fazer é escolher um lado e sair atirando no “time” adversário. Cooperação mesmo só com os do mesmo time e olhe lá.




[1] Battlefield é uma série de jogos eletrônicos da EA Games em parceria com a Digital Illusions, que teve início em 2002 e que tem 19 jogos na franquia. Gênero(s) Tiro em primeira pessoa, Guerra. O próximo jogo da Série será o Battlefield 1 ingressa com a temática da Primeira Guerra Mundial, que era algo que tinha sido muito pedido para os jogadores de FPS dessa geração. O jogo será lançado para Xbox One, PlayStation 4 e Microsoft Windows com a data marcada para o dia 21 de outubro de 2016.

[2] Escrito por (Chester) M. Pelegrini. Graduado em Direito (Unoeste-2009) e pós-graduado em Direito Tributário (Instituto LFG-2012). Autor dos E-books: Capitalismo Trabalhista (Ideologia de centro-esquerda baseados em um novo pacto social entre o Capital e o Trabalho, baseados na estabilidade e propriedade privada do emprego) PELEGRINI, Chester Martins. Capitalismo Trabalhista. Santos. São Paulo. 2013. Disponível a venda na Amazon em:http://www.amazon.com/Capitalismo-Trabalhista-Portuguese-Edition-Pelegrini-ebook/dp/B00V0V4C4I Acesso em 6 nov. 2015. Blog de divulgação do livro: http://livrocapitalismotrabalhista.blogspot.com.br/ e Também do E-Book sobre profecias Bíblicas, filosofia da religião referentes ao Juízo Final: A Chave de Davi - o Deus de Abraão PELEGRINI, Chester Martins. A Chave de Davi o Deus de Abraão. O Reino Milenar de Jesus após o Juízo Final. (1095-2355). Santos. São Paulo. 2013. Disponível a venda na Amazon em:http://www.amazon.com.br/Chave-Davi-Deus-Abraão-1095-2355-ebook/dp/B00UY8VC32 Acesso em 6 nov. 2015. Blog de divulgação do livro: http://judaismocristaoislamico.blogspot.com.br/ Ambos a venda na Amazon.br.
O autor é escritor e inventor por hobby. Criou três negócios baseados em tecnologia e inovações próprias (Startup´s).Criou três inovações na área de TI (Tecnologia da Informação). Um chama-se Linkode® (pagamento via celular com códigos de barras, o modelo de utilidade dá outra utilidade para os códigos de barras, a ideia da patente já está sendo utilizada por vários bancos nacionais), patente na qual foi depositada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em 2008 sob o número: MU 8803246-9, (pedido ainda em andamento) 
https://gru.inpi.gov.br/pePI/jsp/patentes/PatenteSearchBasico.jsp(digitar o número acima no campo "Contenha o Número do Pedido") A outra inovação é o Mimbdstar© (Manual de Instruções Multimídia de Bens Duráveis) utilizado em grandes multinacionais na década passada de 2.000 registrado como propriedade intelectual no US Copyright Office http://mimbdstar.blogspot.com.br/ e https://gust.com/companies/mimbdstar. Foi amplamente utilizada por diversas multinacionais após apresentação: Philips, Mercedes-Benz (Chrysler), Volvo, entre outras multinacionais e empresas nacionais. O Autor recebeu royalties (renda da propriedade intelectual) via judicial e extra-judicial desta inovação.
Atualmente trabalha na “start-up” do aplicativo de celular Gownow© de Comércio Eletrônico do qual é detentor dos Copyrights (Direitos Autorais, ou seja, da propriedade intelectual) Disponível em: 
http://gownowapp.blogspot.com.br/ Atualmente o autor escreve os e-books sobre o projeto político-filosófico de estabelecimento de um Estado Mundial (World State): O DESAFIO DO SÉCULO XXI – GOVERNO ÚNICO MUNDIAL - ESTADO FEDERALISTA MUNDIAL: UMA PROPOSTA POLÍTICA OU UTOPIA SOCIAL? Introdução disponível em: http://governofederalistamundial.blogspot.com.br/. (Lançamento provável Amazon 2020)
Escreve também o E-book: O Cálice do Mago Sábio, sobre psicologia, autoajuda e sabedoria. (Lançamento provável Amazon 2020).Introdução disponível em: 
http://livrocalicedomagosabio.blogspot.com.br/2016/05/introducao-ao-livro-calice-do-mago-sabio.html E por fim o E-book: Estados Unidos: 52 - A União Política, econômica e militar dos dois irmãos americanos. Utopia ou uma hipótese? (Lançamento provável Amazon 2020), trata-se de três propostas filosóficas políticas; uma radical, de fusão entre o Brasil e os Estados Unidos, uma média com a instalação de uma União Americana (aos moldes da União Europeia e antiga ALCA) e a mais branda de aprimorar a OEA (Organização dos Estados Americanos) fazendo um “Parlamento Americano” aos moldes do Parlamento Europeu e a criação de um “Banco Central Americano” (também aos moldes do BCE -Banco Central Europeu). Introdução disponível em: http://livroestadosunidosincluindobrasil.blogspot.com.br/2016/05/livro-brasil-como-52-quinquagesimo.html.(Lançamento provável Amazon 2020). Também escreve sobre assuntos variados de seu interesse sobre Política, Economia, Relações Internacionais, Filosofia, Direito e Religiões que são relevantes em seu Blog Chester Pelegrinihttp://chesterpelegrini.blogspot.com.br/ .

[3] O Orkut foi uma rede social filiada ao Google, criada em 24 de janeiro de 2004 e desativada em 30 de setembro de 2014. Seu nome é originado no projetista chefe, Orkut Büyükkökten, engenheiro turco do Google.  O alvo inicial do orkut era os Estados Unidos, mas a maioria dos usuários foram do Brasil e da Índia. No Brasil a rede social teve mais de 30 milhões de usuários, mas foi ultrapassada pelo líder mundial, o Facebook. [4] Na Índia também foi a segunda rede social mais visitada. A sede do Orkut era na Califórnia até agosto de 2008, quando o Google anunciou que o Orkut seria operado no Brasil pelo Google Brasil devido à grande quantidade de usuários brasileiros e ao crescimento dos assuntos legais. https://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut

[4] Um troll (em inglês britânico AFI: [tɹʷəʊɫ] ou AFI: [tɹʷɒɫ], "truâul" ou "truóal"; em inglês norte-americano AFI: [tɻʷoʊɫ], "tchroul"), na gíria da internet, designa uma pessoa cujo comportamento tende sistematicamente a desestabilizar uma discussão e a provocar e enfurecer as pessoas nela envolvidas. O termo surgiu na Usenet, derivado da expressão trolling for suckers (lançando a isca para os trouxas), identificado e atribuído aos causadores das sistemáticas flamewars. O comportamento do troll pode ser encarado como um teste de ruptura da etiqueta ou uma mais-valia das sociedades civilizadas. Perante as provocações insistentes, as vítimas podem por vezes perder a conduta civilizada e envolver-se em agressões pessoais por escrito. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Troll_(internet)  

[5] Coringa (nome no Brasil) ou Joker (nome em Portugal) (no original, The Joker) é um supervilão fictício que aparece nos livros de banda desenhada norte-americanos publicados pela DC Comics. Foi criado por Jerry Robinson, Bill Finger e Bob Kane e apareceu pela primeira vez em Batman #1 (Abril de 1940). Parcialmente inspirado em Gwynplaine, um dos personagens principais do romance L'Homme qui rit (O Homem que Ri) de Vitor Hugo, os créditos para a criação do Joker são disputados; Kane e Robinson reclamam responsabilidade pelo seu desenho, apesar de reconhecerem a contribuição de Finger na escrita. De acordo com o plano inicial, o Joker deveria ter morrido na sua primeira aparição, mas foi poupado por uma intervenção editorial, permitindo assim que o personagem fosse progredindo como o célebre arqui-inimigo do super-herói Batman.[3] O Joker também é conhecido por outros nomes, incluindo "Clown Prince of Crime" (Príncipe Palhaço do Crime), o "Jester of Genocide" (Bobo do Genocídio), o "Scourge of Gotham" (Flagelo de Gotham), o "Harlequin of Hate" (Arlequim do Ódio) e o "Ace of Knaves" (Ás de Valetes). https://pt.wikipedia.org/wiki/Joker_(DC_Comics)

[6] Com o conceito "Onde você estiver, pergunta lá no Posto Ipiranga", a marca lançou no último domingo (6) sua nova campanha de comunicação anual, criada pela Talent Marcel. http://exame.abril.com.br/marketing/noticias/comerciais-do-posto-ipiranga-entram-em-nova-fase

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