segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Quais são os principais alvos militares de uma possível “Doutrina Trump”?

Artigo Chester NEWS 21.08.2018 Área/Tema: Política Internacional.

Trump terá uma Guerra (ou várias) para chamar de sua?

O mundo suportaria 5 fronts de enfrentamento militar indireto (Guerra Fria 2.0) entre os EUA e aliados (OTAN) x China e Rússia (BRIC) e demais aliados? 



Escrito por Chester Martins Pelegrini[1]

A escalada militar entre os EUA e a Coréia do Norte assustou muitas pessoas ao redor do mundo nas últimas semanas, com declarações dos dois líderes destas duas nações no sentido de que uma guerra seria iminente. O trágico confronto em Charlottesville parece ter desviado um pouco a atenção da opinião pública mundial do assunto mas ele ainda é muito relevante.

Apesar do discurso aberto do “Trump” de que a “opção militar” estaria aberta para no mínimo em relação a dois países: Coréia do Norte e Venezuela.

Com poucos meses de mandato Trump já demonstra que mudou pouco de seu tom agressivo da campanha.

Seus alvos preferidos eram México e China na campanha, mas em relação ao uso militar quais países seria os alvos principais de uma possível “Doutrina Trump” pelas suas ações e discursos até agora?

O que o líder estadunidense demonstrou até o momento é que não irá tolerar provocações da Coréia do Norte, que segundo setores da inteligência está muito próximo de conseguir tecnologia para mísseis intercontinentais de longo alcance com possíveis armamentos nucleares ainda mais potentes.

Se os conselheiros militares disseram ao Donald Trump que o tempo é curto e que a opção militar seria uma opção, acreditamos que o país com mais chances de ser um alvo militar dos EUA no momento seria a própria Coréia do Norte, com uma possibilidade de 65% de um confronto militar, ao menos que o líder Norte Coreano, chamado ironicamente de “moleque gordinho maluco” pelo senador John Maccain, (e que diga-se de passagem pegou ao redor do mundo esse apelido engraçado) voltasse atrás em seu programa militar/nuclear.

Como o ditador Norte coreano já deu diversos sinais que não abre mão de suas conquistas nucleares e de armamentos, e pelo temperamento do Trump de não voltar atrás também é muito provável que ocorra em algum momento um conflito militar entre as Coréias com apoio dos EUA de um lado e China/Rússia de outro.

O segundo alvo mais provável dos Estados Unidos é a Venezuela. Com grandes reservas de petróleo que os próprios americanos são os maiores compradores, a Venezuela está rumo a um isolamento muito grande.

Mais de 13 países da OEA (Organização dos Estados Americanos) condenaram a direção que a Venezuela está tomando rumo à destruição de sua democracia. O Brasil e os demais países do Mercosul também isolaram a Venezuela do bloco invocando a Cláusula do protocolo de Ushuaia (cláusula que obriga todos países do Mercosul serem democráticos).

 Além disso, a Venezuela saiu do pacto militar das Américas que os Estados Unidos têm com o restante dos países americanos chamado de TIAR, ou mais conhecido como Tratado do Rio. É um pacto militar dos EUA com os outros países americanos que num caso de agressão de um país os outros protegeriam uns aos outros. É uma espécie de “OTAN das Américas”.

Esse pacto foi contestado pela Argentina que na "Guerra das Malvinas" (Argentina x Reino Unido) o invocou contra o Reino Unido. Como os EUA é um aliado muito forte dos britânicos os EUA não ajudaram a Argentina, e o pacto ficou um pouco prejudicado na prática, mas em tese ele ainda está em vigor.

O fato da Venezuela e outros países Sul-americanos saírem dele abre de fato uma abertura jurídica e militar para que estes países sofram uma intervenção militar americana, uma vez que fora do pacto, poderiam se tornar alvos em potencial.

Como a imprensa está noticiando a Venezuela em situação cada vez mais caótica, é provável que os EUA possam também intervir militarmente na Venezuela, caso as outras opções mais brandas não deem certo por parte dos EUA, como tentar fortalecer a oposição ao Maduro, entre outras medidas que parecem não estar dando resultados práticos.

Acreditamos que a chance dos EUA atacarem a Venezuela para depor o regime de Maduro seja em torno de 35%. Mas para isso a situação teria que piorar muito. A Colômbia um grande aliado dos EUA na região (que conta com diversas bases militares americanas em seu território) também teria que dar apoio aos EUA. Recentemente a Colômbia disse que romperia as relações diplomáticas com a Venezuela, o que é um passo adiante rumo a uma possível guerra, ou crise militar.

Do ponto de vista nosso brasileiro, uma intervenção militar dos EUA em nossa região seria muito ruim. Com pretexto de depor Maduro, os EUA poderiam criar uma fonte permanente de conflito na região o que poderia de alguma forma afetar o Brasil, obrigando-o inclusive a sair da neutralidade apoiando um dos lados do confronto em caso do conflito piorar muito.

Uma guerra entre Colômbia x Venezuela, com os EUA apoiando o Eixo Ocidental, e a Venezuela podendo ser apoiada por Rússia e China que já declararam apoio ao Maduro, poderia transformar a Venezuela em quase estado de Guerra Civil, numa próxima Síria, onde Rússia e China apoiam um lado, e EUA e OTAN (União Europeia) apoiam outro lado, assim como a atual guerra da Ucrânia, onde os EUA apoiam um lado da Ucrânia e a Rússia o outro.
Atualmente já existem 2 (dois) fronts abertos entre o Eixo Ocidental de alianças políticas-militares: EUA e União Europeia (OTAN) contra o Eixo de alianças  Oriental (Rússia, China e aliados) no mundo, no que especialistas militares chamam de “Guerra Fria 2.0”: Guerra na Síria e Guerra na Ucrânia.

Mais dois fronts poderiam ser abertos a possível “Nova Guerra das Coréias” e a “Guerra na Questão Venezuelana”.

Outro país que poderia ser alvo de uma possível “Doutrina Trump” seria o Irã.

Trump desfez todos os acordos que o presidente Obama tinha feito com o Irã, que na verdade só ganhou tempo no avanço de seu programa nuclear. Canais de mídia russos (Sputinik) deram a entender que os estrategistas americanos viam o Irã como um país alvo em potencial dos EUA por terem muito petróleo e um programa nuclear avançado e controverso que poderia por em risco Israel e demais aliados dos EUA na região como a Arábia Saudita.

(Atualização dia 22.08.2017: Irã diz que precisaria de apenas 5 dias para voltar a enriquecer urânio a 20% (capaz de produzir armas nucleares): Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/08/22/interna_internacional,893902/ira-diz-que-precisaria-de-apenas-cinco-dias-ter-arma-nuclear.shtml)

O Secretário de Defesa do Trump e o Vice presidente americano Mike Pence também deram declarações em relação ao Irã. Apesar da retórica agressiva entre os dois países terem dado uma acalmada, nada impede que o clima entre os EUA e Irã pudesse se deteriorar rapidamente.

Desta forma acreditamos que a chance dos EUA atacar o Irã para deter seu programa nuclear seria em torno de 25%.

Assim os principais potenciais alvos dos EUA, da possível “Doutrina Trump” e OTAN (Aliança militar ocidental) seriam em ordem: Coréia do Norte (65% de chances de conflito militar) seguido por Venezuela (35%) e Irã (25%).

Se esses conflitos fossem abertos, teríamos 5 (cinco) focos de conflitos militares muito perigosos no planeta entre os EUA, Israel e OTAN (Eixo Ocidental e aliados) contra o Eixo Oriental de alianças geopolíticas (Rússia, China, Irã, Coréia do Norte, Venezuela), chamado por Bush de “Eixo do mal”, os fronts seriam: Síria, Ucrânia, Venezuela, Coréias e Irã.

Tendo em mente que os principais alvos indiretos dos EUA seriam Rússia e China (E demais BRICS), mas em caso de guerra indireta (Guerra Fria 2.0) o objetivo dessa possível “Doutrina Trump” seria destruir os aliados próximos dos russos e chineses obrigando-os a darem suporte aos seus aliados (Venezuela, Coréia do Norte, Irã, Ucrânia e Síria) sem declarar uma guerra aberta, levando Rússia e China (e por tabela dos BRICS, Brasil e Índia) a um esgotamento econômico via confrontos militares indiretos, já que como os armamentos são muito caros na atualidade uma guerra prolongada pode esgotar economicamente um país, ou vários ao mesmo tempo dependendo das alianças dos confrontos.

Para reforçar isso os EUA podem usar as sanções econômicas que já tem contra a Rússia que poderia ser também adotada contra a China num futuro caso o confronto piorasse, tendo em mente que seria mais complicado essa questão devido à China ser o maior detentor de títulos da dívida dos EUA, além de ser a segunda maior economia do mundo.

(Atualização 22.08.2017: Um dia depois de publicado o artigo os EUA realmente impuseram sanções a empresas Russas e Chinesas: EUA impõe sanções a empresas russas e chinesas em apoio a Coréia do Norte: http://www.jornaldenegocios.pt/economia/mundo/detalhe/eua-impoem-sancoes-na-china-e-russia-por-apoio-a-coreia-do-norte)

A pergunta que fica no ar é: Será que o mundo suportaria uma nova “Guerra Fria 2.0”? Com 5 (cinco) fronts abertos ao redor do mundo sem o risco da eclosão de uma Terceira Guerra Mundial? Tendo como pano de Fundo um confronto entre OTAN (UE/EUA e Israel) vs BRIC (A formação original sem a África do Sul: Brasil, Rússia, Índia e China) e demais aliados?

A reposta não se sabe, mas as cartas Donald Trump já estão sobre a mesa do tabuleiro geopolítico mundial, basta saber agora se ele está disposto a seguir a própria “Doutrina Trump” que ele começa a desenhar e de certa forma “impor” ao resto do mundo, ou se ele mesmo irá recuar em sua retórica agressiva em relação aos atuais países do “Eixo do mal” (Rússia, China, Irã, Venezuela, Coréia do Norte entre outros).

Ao que tudo indica a Guerra Fria entre EUA e URSS não terminou, apenas ganhou um novo capítulo da história e com novos aliados de ambos os lados (OTAN x BRIC).



[1]Chester Martins Pelegrini. Graduado em Direito (Unoeste-2009) e pós-graduado em Direito Tributário (Instituto LFG-2012). Atualmente estuda uma Pós-Graduação em Relações internacionais (Faculdade Damásio/Devry 2016-2018). Estuda atualmente para concurso público na carreira de Diplomata (Itamaraty/Ministério das Relações Exteriores).
Chester (nome de nascença) é escritor, pesquisador, inventor por hobby. É descendente de judeus-portugueses, italianos e ingleses. Na esfera espiritual segue o judaísmo messiânico (Torá e Novo Testamento), Bahaí e o espiritismo. 
Áreas de interesse nas seguintes áreas: 

1. Economia
2. Ciência Política, Filosofia e Ética
3. Relações Internacionais (política internacional, história brasileira e mundial);
4. Teologia Abraâmica (judaísmo, cristianismo e islamismo) e escatologia;
5. Direito Tributário, Internacional e Constitucional;

É autor dos seguintes livros:
Capitalismo Trabalhista (Ideologia de centro-esquerda) PELEGRINI, Chester Martins. Santos. São Paulo. 2013. 

Disponível a venda na Amazon em: http://www.amazon.com/Capitalismo-Trabalhista-Portuguese-Edition-Pelegrini-ebook/dp/B00V0V4C4I Acesso em 6 nov. 2015.

Blog de divulgação do livro: http://livrocapitalismotrabalhista.blogspot.com.br/

A Chave de Davi o Deus de Abraão. O Reino Milenar de Jesus após o Juízo Final. (1095-2355) (profecias bíblicas, filosofia da religião e escatologia sobre o Juízo Final com comentários sobre os livros do Gênesis e Apocalipse):

PELEGRINI, Chester Martins. A Chave de Davi o Deus de Abraão. O Reino Milenar de Jesus após o Juízo Final. (1095-2355). Santos. São Paulo. 2013. Disponível a venda na Amazon em: http://www.amazon.com.br/Chave-Davi-Deus-Abraão-1095-2355-ebook/dp/B00UY8VC32 Acesso em 6 nov. 2015. 

Blog de divulgação do livro: http://judaismocristaoislamico.blogspot.com.br/ Ambos a venda na Amazon.br.

Criou três negócios baseados em tecnologia e inovações próprias (Startup´s) com propriedade registradas (patentes e copyrights) das quais recebeu royalties (renda oriunda da propriedade intelectual por empresas que utilizaram as inovações). 

Criou três inovações na área de TI, um chamado Linkode® (pagamento via celular com códigos de barras, o modelo de utilidade dá outra utilidade para os códigos de barras, a ideia da patente já está sendo utilizada por vários bancos nacionais), patente na qual foi depositada no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) em 2008 sob o número: 
MU 8803246-9. Desta inovação o autor não recebeu royalties embora a ideia esteja sendo utilizada.

A outra inovação é o Mimbdstar© (Manual de Instruções Multimídia de Bens Duráveis)utilizado em grandes multinacionais na década passada de 2.000 registrado como propriedade intelectual no US Copyright Officehttp://mimbdstar.blogspot.com.br/ https://gust.com/companies/mimbdstar. Foi amplamente utilizada por diversas multinacionais após apresentação: Philips, Mercedes-Benz (Chrysler), Volvo, Renault, Honda entre outras multinacionais e empresas nacionais. O Autor recebeu royalties via judicial e extrajudicial dessa inovação. 

E atualmente do aplicativo de celular Gownow© de Comércio Eletrônico do qual é detentor dos Copyrights (Direitos Autorais, ou seja, da propriedade intelectual) Disponível em: http://gownowapp.blogspot.com.br/ (Ainda não recebe royalties devido à inovação ainda estar sendo implementada) O Gownow© é uma espécie de Buscador comercial com mensagens instantâneas (semelhante a uma das possibilidades possíveis de um Whatsapp comercial) com formato registrado no Brasil (Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional) e nos EUA no US Copyright Office (Library of Congress), órgãos dos dois países responsáveis pelo registro  deste tipo de propriedade intelectual (Aplicativos mobile são programas de computador pela interpretação da Lei de Direitos Autorais do Brasil, Lei 9.610/98). 

Atualmente o autor escreve os livros: O DESAFIO DO SÉCULO XXI – GOVERNO ÚNICO MUNDIAL - FEDERALISMO MUNDIAL: UTOPIA, PROJETO POLÍTICO, NOVO RECOMEÇO OU DESTRUIÇÃO TOTAL? Introdução disponível em:http://governofederalistamundial.blogspot.com.br/ (Lançamento provável Amazon 2019)

Escreve o livro: O Cálice do Mago Sábio, sobre psicologia, autoajuda e sabedoria. (Lançamento provável Amazon 2020).Introdução disponível em:http://livrocalicedomagosabio.blogspot.com.br/2016/05/introducao-ao-livro-calice-do-mago-sabio.html 

O E-Book: União Pan-Americana (UPA) - Proposta de Unificação Política, militar e econômica Americana aos moldes da UE - União Europeia a partir da OEA - (Organização dos Estados Americanos) Lançamento 2020. (Provavelmente na Amazon.br.)
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Também escreve periodicamente sobre assuntos variados de seu interesse em seu blog: Chester NEWS: http://chesternewsbrasil.blogspot.com.br/