Artigo ChesterNEWS 14.12.2015 Área Temática: Política Nacional e Cidadania.
Escrito por Chester Martins Pelegrini. 1
Ultimamente
vários escândalos de corrupção chocaram o país e mobilizaram
milhares de pessoas em protestos de rua e nas redes sociais. O Brasil
se redemocratizou recentemente em termos históricos e parece haver
uma certa confusão do brasileiro no sentido de saber qual é a
verdadeira finalidade dos políticos.
O deputado
Tiririca até ironizou com essa ignorância do povo brasileiro ao
brincar em sua campanha na televisão dizendo algo como: “não sabe
o que um político faz? Nem eu, vote em mim que eu vou lá para
Brasília descobrir”.
Seria
engraçado se não fosse trágico e extremamente danoso para o país.
Atualmente qualquer ligação do poder econômico com o poder
político e qualquer transferência de dinheiro entre empresas e
políticos ou partidos logo é tachado de “corrupção”.
Acreditamos
que essa confusão existe pela falta de transparência na política e
do real objetivo dos políticos. Na campanha do referendo do Estatuto
do desarmamento, por exemplo, existiram duas bancadas. Tinha a
bancada do “Não” (a favor das armas) e a bancada do “Sim” (a
favor do Estatuto e restrições e portanto contra as armas).
Nessa
votação tudo ocorreu às claras. Deputados que ideologicamente eram
favoráveis as armas e da bancada do “Não” receberam dinheiro e
apoio de empresas que fabricam armamentos. Os que eram contrários as
armas também receberam dinheiro de empresas a favor do desarmamento.
Esse foi um
exemplo claro de que não há problema algum de políticos receberem
dinheiro para defender interesses de empresas ou causas.
A diferença
é que as bancadas eram claras, todos sabiam de que lado estavam e
quem estavam financiando os políticos.
Nos EUA, os
movimentos contra a corrupção forçaram o congresso daquele país a
aprovar uma lei que tornasse as regras do jogo político mais claras.
O Brasil é
uma democracia capitalista, e é natural que políticos recebam
dinheiro para defender alguns interesses, mas a população não
entende desta forma.
É normal
que as pessoas saibam o que faz um sindicato por exemplo. Se
perguntar para qualquer um na rua se acha normal um sindicalista
receber dinheiro para defender os interesses dos trabalhadores todos
entenderão. O mesmo se aplica a um advogado, todos entenderão que
um advogado possa receber dinheiro seja de pessoas ou empresas para
defendê-las ou defender uma causa.
Agora quando
um político faz a mesma coisa, todos apontam o dedo e gritam: “Olha
lá político recebendo dinheiro! Que corrupto!.
Com tantos
casos de corrupção é natural que corruptos desviem verbas para
empresas e eles as devolvam em forma de doações para os políticos
ou partidos.
Nos EUA eles
resolveram a questão legalizando a Lei do Lobby. Lobby é o nome do
verdadeiro trabalho dos políticos ou seja, defender interesses e
causas, como advogados ou sindicatos fazem.
Lá existe a
diferença entre Lobby legalizado e o Lobby ilegal. Desta forma as
regras são bem definidas, ou seja, não é crime um político
receber dinheiro, isso é normal, o que não é normal é receber
dinheiro e não declarar, desta forma os políticos defendem
interesses de forma oculta.
Assim
políticos defendendo interesses e recebendo dinheiro por isso não é
corrupção, já que defender interesses está na própria definição
do trabalho dos políticos. Ao impedir totalmente a doação há na verdade uma verdadeira criminalização da própria função dos políticos.
Como no
Brasil as regras não são claras, não dá para diferenciar o que é
Lobby do que é corrupção (Lobby ilícito), desta forma qualquer
dinheiro que o político recebe logo é tachado de corrupção pela
mídia.
Talvez a
sensação de corrupção generalizada na sociedade brasileira seja
mais em razão da não regulamentação do Lobby e falta de
conhecimento da população de qual é a verdadeira função dos
políticos.
Desta forma
consideramos um retrocesso imenso a proibição de empresas doarem
para políticos, é um regresso imenso em nossa democracia, pois
parte do pressuposto de que política e dinheiro empresarial seriam
naturalmente uma relação ilegal, não declarada ou desvios de
verbas.
Ainda que
corruptos devolvam dinheiro público desviado de corrupções, nem
todo dinheiro circulando na política é corrupção.
Os
brasileiros precisam ser mais pragmáticos como os americanos. Lá
eles protestam com objetivos específicos, como o recente protesto
dos estudantes paulistas contra o governo Estadual contra a
reorganização escolar. O protesto tinha um objetivo claro.
Para acabar
com corrupção as pessoas deveriam ir as ruas a favor da aprovação
da Lei do Lobby regulamentando a profissão dos políticos. Isto
seria um protesto inteligente. Protestar apenas com o tema abstrato "Queremos o fim da corrupção" sem ter um instrumento claro de como fazer isso é perda de tempo. Com regras claras e separando o joio
do trigo, saberíamos diferenciar a verdadeira política da
politicagem e os brasileiros finalmente aprenderiam para que os
políticos servem em resposta ao nosso glorioso político Tiririca.
ChesterNEWS (17/01/2023) Regulamentação da Profissão dos Políticos (Lei do Lobby)
1Escrito
por Paulo Eduardo (Chester) M. Pelegrini. Graduado em Direito e
pós-graduado em Direito Tributário. Estudante de graduação de
Economia. Autor dos livros: “Capitalismo Trabalhista” (Ideologia
de centro) e “Chave de Davi o Deus de Abraão” (profecias
bíblicas). O autor é escritor por hobbie e
também inovador. Criou três inovações na área de TI, um
chamado Linkode(pagamento
via celular com códigos de barras), o outro Mimbdstar (Manual
de Instruções Multimídia de Bens Duráveis) utilizado em grandes
multinacionais na década passada de 2.000 registrado no US
Copyright Office. E atualmente do aplicativo de celular Gownow! de
Comércio Eletrônico do qual é detentor dos Copyrights (Direitos
Autorais).