Artigo Chester NEWS. 16.09.2015 Área Temática: Estratégia Internacional.
Acordo EUA – BRASIL – UE
Acordo EUA – BRASIL – UE
Os EUA e a União Europeia estão
em negociações para fazer um mega acordo comercial entre o país e o bloco de
países.
O TTIP, TAFTA ou Parceria
Transatlântica de Comércio e Investimento é um acordo de livre comércio e
investimento entre a União Europeia (UE) e os Estados Unidos da América (EUA)
que está neste momento em fase de negociações.
UE e EUA juntos representam 60%
do PIB mundial, 33% do comércio mundial de bens e 42% do comércio mundial de
serviços.
A Comissão Europeia estima que a
PTCI impulsionará a economia da UE em 120 mil milhões de euros, e a economia
dos EUA em 90 mil milhões de euros e no
resto do mundo em 100 € mil milhões de euros .[1]
Nos anos 80, 90 e 2000, vários
acordos de blocos regionais foram feitos. Tentou-se a época implementar a ALCA
(Área de Livre Comércio das Américas) entre todos os países das Américas
(Estados que compõe a OEA – Organização dos Estados Americanos), foi instituído
o NAFTA (inglês: North American Free Trade Agreement) entre os EUA, Canadá e
México. Entre eles também a União Europeia que provinha de acordos mais antigos
e o Mercosul (Mercado Comum do Sul).
Após a unificação dos países em
vários blocos foram feitas tentativas de fazer acordos comerciais entre os
próprios blocos.
Mas muitas dessas negociações
enfrentaram resistências o que dificultaram as negociações.
Desta forma ao invés da tentativa
diplomática e comercial de se tentar um acordo entre os blocos
NAFTA-Mercosul-União Europeia, o ideal seria uma negociação direta entre os
EUA, Brasil e UE sem os vizinhos.
Se o Brasil ficar de fora desse
grande acordo comercial entre os EUA e União Europeia o Brasil corre o risco de
perder uma grande oportunidade de expandir o seu comércio.
A diplomacia brasileira após o
arquivamento das negociações da ALCA assumiu um protagonismo muito importante e
independente. Foram criadas a Unasul (União das Nações Sul Americanas), os
contornos do G-20, o acordo entre os BRICS.
Todas essas iniciativas são muito
louváveis, só que agora se abre uma grande oportunidade e ao mesmo tempo uma
janela que não ficará aberta por muito tempo.
Ao invés de conduzirmos o país
com uma política externa carregada de ideologia e antiamericanismo, deveríamos
ser pragmáticos em fechar acordos com os EUA e a União Europeia, já que o
Brasil tem muitos mais laços comerciais e culturais com os EUA e UE do que com
os países dos BRICS por exemplo.
O G-20 e os BRICS são um bloco
muito importante que nos trazem prestígio internacional. Só que o que realmente
enriquece os países são os acordos comerciais que liberam o comércio e aumentam
de forma significante o comércio beneficiando a todos se for bem negociado.
Negociar é exaustivo e
politicamente cansativo. Só que os benefícios superam e muito os custos, pois
se perdermos essa oportunidade como nação apenas devido ao orgulho e
ideologias, deixando de lado o pragmatismo, corremos o risco de nos isolarmos
no mundo e deixaremos de fazer nossa economia crescer através do comércio.
Outro fato importante é que esses
grandes acordos geram também padrões mundiais de comércio, regras ambientais,
sanitárias entre outras, e seria mais produtivo que o Brasil fizesse parte das
negociações do que olhar as negociações de fora e depois ter que aceitar os
padrões posteriormente sem ter participado.
Um acordo EUA-BRA-UE seria uma
grande chance de o Brasil desenvolver sua economia e deixar o orgulho de lado e
aproveitar as oportunidades que o momento histórico permite alcançar.
Do contrário perderemos essa oportunidade
e isolaremos o país do comércio internacional em nome do orgulho. O orgulho nacional
é muito importante mas ele não “enche barriga” e nem gera bem estar econômico e
social.
[1]
O QUE ESCONDE A PARCERIA TRANSATLÂNTICA (TTIP)?. Disponível em: https://parceriatransatlantica.wordpress.com/
acesso em 16 set. 2015.