Artigo ChesterNEWS 06.03.2016 Área Temática: Política Nacional.
O Brasil rumo à Venezuela e Colômbia? Qual o papel do Exército em toda essa questão institucional? Quais são as intervenções militares legítimas? (Operações de Garantia da Lei e da Ordem – Op GLO) O que a Lei diz?
O Brasil rumo à Venezuela e Colômbia? Qual o papel do Exército em toda essa questão institucional? Quais são as intervenções militares legítimas? (Operações de Garantia da Lei e da Ordem – Op GLO) O que a Lei diz?
Foto: Exército em Operação de GLO e Militantes do MST.
Por Chester
Martins Pelegrini[1]
Com a condução coercitiva de Lula para ser ouvido pela
Polícia Federal, na operação Aletea
da 24ª fase da Operação Lava Jato, os ânimos políticos da nação foram exaltados
a um grau dificilmente visto anteriormente em nosso país.
No ano passado já estava claro que essa Operação da Justiça
brasileira seria uma Tsunami política, envolvendo mais de 50 congressistas,
levando consigo segundo analistas a própria economia do país para baixo.
Segundo alguns dos 3,8% de queda no PIB em 2015, 2,0% seriam decorrentes da
Operação da Justiça.
A cada delação uma bomba política atrás da outra. Uma crise
política e econômica sem precedentes acometeu o país devido ao cenário
totalmente turbulento de ambas, abalando o combustível principal que é a
confiança, base tanto da política quanto da economia.
O caos se instalou a sociedade não confia no governo, governo
não confiam em seus próprios políticos, políticos do PT contra a presidente,
presidente isolada, ex-presidente Lula alvo da mídia e judiciário. Empresários
acuados e postergando projetos de investimentos, bolsa andando de lado o tempo
todo, dólar disparando, perda do grau de investimento várias vezes seguidas.
Independentemente desse histórico, o que mais preocupa os
brasileiros é para onde tudo isso vai caminhar?
Ninguém sabe o futuro, mas algumas janelas foram abertas. A
primeira é a politização da prisão do Lula. Isso demonstra que o ex-presidente
se sente acuado e perseguido politicamente. E já deu sinais de que pelo poder,
ou para não ser preso, é capaz de atropelar as instituições, por em dúvida a
credibilidade da Operação Lava Jato, e de quebra as instituições do país, e sem
juízo de valor se ele está sendo perseguido ou não, acreditamos que ele
demonstrou que está disposto a instalar o caos institucional no país caso ele
for preso, ou for iminente sua prisão.
Em seu discurso para a militância, ele conclamou nominalmente
o MST, CUT e PT a lutarem pela liberdade dele. Também disse no mesmo discurso
que o “Lula paz e amor” criação de seu marqueteiro para chegar ao poder teria
chegado ao fim. O que isto significa politicamente?
Significa que o Lula e o PT não irão cair docilmente, ou como
se diz, irão cair “atirando para todos os lados”.
A violência e a guerra são continuidades da política. Há de
fato uma polarização e radicalização de uns dois a três anos para cá muito
perigosa na política brasileira.
Venezuela, Síria e Ucrânia, são exemplos recentes de países
em que a radicalização na política foi crescendo, com protestos, incidentes
isolados, desrespeito a instituições crescentes chegando ao ponto de guerras
civis internas, declaradas ou não, descambando para guerras sangrentas e
perseguições políticas de todas as ordens. Temos também como exemplo de
radicalização política a eterna guerra colombiana entre partidários da Esquerda
e a Direita liderada pelo Exército colombiano. Corremos o risco de virar uma
Colômbia? Ou Venezuela?
No Brasil a situação chegaria a esse ponto? Acreditamos que
nada impede que um país grande como o Brasil passe por isso. O fato de sermos
uma economia grande, o que significa que existem muitos empresários que
lutariam politicamente para preservar seus negócios, não deixariam a situação
deteriorar. Mas só o poder econômico barraria toda a crise para preservar seus
negócios?
Só que a história brasileira é recheada de golpes e contra
golpes. Temos uma redemocratização recente, e sinceramente o povo não luta pela
preservação de suas instituições, não faz parte da cultura do brasileiro lutar
por suas instituições.
Entre elas a que conta com o maior respeito dos brasileiros é
o Exército brasileiro que parece estar acompanhando a situação com certo
distanciamento.
O comandante Geral do Exército, Eduardo Dias da Costa Villas
Bôas perguntado sobre qual a sua posição diante da crise em discurso para
oficiais do Exército, disse em outras palavras que as instituições brasileiras
estão funcionando e que elas deveriam aprender com os erros e acertos de forma
independente.
Ele demonstrou que está atento ao que está ocorrendo, mas que
não vai agir, não vai se posicionar politicamente e vai esperar as forças
armadas serem acionadas por um dos poderes da República: STF (Judiciário),
Congresso (Legislativo) ou Executivo (Presidência da República).
O General máximo do Exército já demonstrou em vários
discursos ser contra uma intervenção militar, ou qualquer outro tipo de golpe
institucional.
Alguns cidadãos mais exaltados chegaram a pedir Intervenção
Militar e foram classificados como insanos e fora da realidade.
Mas o que a Constituição diz sobre as forças armadas, sem
fantasias? Um artigo citado várias vezes pelos adeptos das teorias de “Intervenção
Militar” é o artigo 142 da CF.
O artigo 142 da CF é o que diz a função constitucional das
Forças Armadas:
“Art.
142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas
com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente
da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
§ 1º - Lei complementar estabelecerá as normas gerais a
serem adotadas na organização, no preparo e no emprego das Forças Armadas.”
A leitura mais atenta
do artigo 142, diz que uma das funções das Forças Armadas é a defesa da Pátria,
mas também à garantia dos poderes constitucionais, por iniciativa de qualquer
destes o emprego em Operações de Garantia da Lei e da Ordem.
Isto quer dizer que o
Supremo Tribunal Federal (Cúpula do Poder Judiciário) poderia convocar as
Forças Armadas em caso de perigo as instituições democráticas.
O que isso quer dizer
na prática? Quer dizer que o STF poderia pedir auxílio do Exército na segurança
e no reforço das investigações da Operação Lava Jato por força do artigo 142 da
CF em casos de graves distúrbios da Lei e da Ordem.
Essas operações de
Garantia de Lei e da Ordem autorizam o emprego das Forças Armadas quando já
houve alguma violação grave da normalidade institucional, ou como está
ocorrendo no caso, um grave perigo de desordem futura (Emprego de Operações de
Lei e Ordem preventivas, como no caso do uso do Exército em zonas eleitorais
onde os ânimos estão exaltados).
Vamos supor que os
ânimos se exaltem, e a militância de esquerda (MST, PT, CUT) comece a perseguir
o Juiz Sérgio Moro, juiz responsável por essa operação, ou ainda, militantes
atrapalhem os andamentos das investigações, ou ainda persigam a imprensa, ou
atrapalhem os trabalhos da Polícia Federal, o artigo 142 autoriza que o
qualquer um dos poderes (Executivo – Presidência da República, Judiciário - STF
ou Legislativo – Câmara e Senado Federais) autorizam Constitucionalmente o
emprego das Forças Armadas nessas Operações chamadas de op GLO regulamentada
pela Lei Complementar 1997/99 (definição legal):
“Operação
de Garantia da Lei e da Ordem (Op GLO) é uma operação militar conduzida pelas
Forças Armadas, de forma episódica, em área previamente estabelecida e por
tempo limitado, que tem por objetivo a preservação da ordem pública e da
incolumidade das pessoas e do patrimônio em situações de esgotamento dos
instrumentos para isso previstos no art. 144 da Constituição ou em outras em
que se presuma ser possível a perturbação da ordem. (Artigos 3º, 4º e 5º do
Decreto Nº 3.897, de 24 de agosto de 2001)”
Nessa lei é dito que o presidente da República é responsável
pelas operações de GLO, mas pode ser pedido por outros poderes (artigo 15, § 1º
Lei Complementar 1997/99):
§ 1o Compete ao Presidente da República à decisão do
emprego das Forças Armadas, por iniciativa própria ou em atendimento a
pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por intermédio
dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos
Deputados.
Se a situação institucional piorar, a única intervenção
militar constitucional, seria um pedido, por exemplo, do Juiz Sérgio Moro que
temendo por sua vida, ou sendo perseguido, faça um pedido formal ao presidente
do STF, para que o presidente do STF autorize uma Operação GLO (Garantia da Lei
e Ordem), isso em casos extremos dos protestos promovidos por setores da
esquerda se tornarem cada vez mais violentos.
Acreditamos que a atitude do General Vilas Boas de manter-se
imparcial é a atitude correta, até porque constitucionalmente as Forças Armadas
são subordinadas ao Executivo Federal, e em última instância à presidente da
República, ainda que ela tenha apenas 10% ou menos de popularidade, o país
esteja politicamente e economicamente um caos, uma atitude impensada do
Exército soaria como golpe, e fora dos casos em que ele está autorizado a agir,
na forma institucionalmente permitida, poderia aumentar o caos institucional ao
invés de reduzir.
Mas uma coisa é certa, é do interesse do próprio Exército que
a situação política do Brasil não se deteriore. Caso o ex-presidente Lula que ainda
conta com um grande poder de mobilização de massas, convoque seus seguidores a
agirem com violência, seja contra membros do poder judiciário, ou seja, contra
a própria Ordem Constitucional (já que o juiz Sérgio Moro age de acordo com os
poderes Constitucionais, que emanam de todo o Judiciário, e não somente do
STF), ou contra a mídia, se os protestos se tornarem violentos, não é uma
questão de isenção mais, é do interesse do Exército que o Brasil não vire de
fato uma Colômbia, onde há uma guerrilha permanente entre partidários da esquerda
e direita, ou uma Venezuela, onde guerrilhas paramilitares foram criadas para
perpetuar a esquerda no Poder.
Neste caso o próprio Exército seria vítima da própria inação,
poderia ver a nação mergulhar num caos, e politicamente a história mostra que
entrar no caos é mais fácil do que sair dele.
Síria, Ucrânia, Venezuela e Colômbia que o digam e sirvam de
alerta.
[1]
Escrito
por Paulo Eduardo (Chester) M. Pelegrini. Graduado em Direito e pós-graduado em
Direito Tributário. Estudante de graduação de Relações Internacionais. Autor
dos livros: “Capitalismo Trabalhista” (Ideologia de centro) e “Chave de Davi o
Deus de Abraão” (profecias bíblicas, filosofia da religião). O autor é escritor
e inventor por hobbie. Criou três inovações na área de TI, um chamado Linkode (pagamento via celular com códigos de barras - 2008), o outro Mimbdstar (Manual de Instruções Multimídia de Bens Duráveis- 2002)
utilizado em grandes multinacionais na década passada de 2.000 registrado no US
Copyright Office. E atualmente do aplicativo de celular Gownow! de Comércio
Eletrônico do qual é detentor dos Copyrights (Direitos Autorais – EDA –
Biblioteca Nacional). Atualmente está escrevendo o Livro: Unicracia - O
Desafio do Século XXI - Governo Único Mundial. Federalismo Mundial: Uma proposta
política ou uma utopia social?