Artigo ChesterNEWS 05.12.2015. Área Temática: Economia Nacional.
Como andará
a economia brasileira em 2016? Minirretrospectiva de 2015[1]
Como diz o ditado: “O futuro a Deus
pertence”. Ocorre que todos nós tentamos de alguma forma tentar antecipar os
fatos para melhor fazermos nossas estratégias pessoais ou de negócios. Nem é
preciso dizer que é difícil prever o futuro, pois simples acontecimentos por
vezes aleatórios mudam completamente a trajetória da carruagem histórica.
Mas podemos resumir os principais fatos que estão travando a
economia brasileira em 2015:
1.
Crise
política desencadeada pela operação Lava Jato da Polícia Federal;
2.
Possibilidade
de perda do mandato da presidente (seja por pressão popular, impeachment
fundamentado nas pedaladas fiscais, ação no TSE por irregularidade nas contas
da campanha);
3.
Crise
fiscal devido a pedaladas fiscais da presidente e dificuldade de manter as
contas equilibradas;
4.
Crise
política gerada pela perda de legitimidade do governo e do partido do governo;
5.
Crise
econômica resultante dos três fatores acima que se retroalimentam;
Em relação à crise política, é fácil perceber que a operação Lava Jato
está causando turbulência de grande monta no mundo político.
Sem entrar no mérito “moral” se o combate à corrupção é benéfico ou não
para o país, não estamos julgando moralmente se a operação lava jato é boa ou
não para o país.
O fato é que devido a vários políticos estarem envolvidos e pelo que a
operação se revelou até agora em que há uma verdadeira teia de corrupção na Petrobrás
envolvendo vários partidos.
Cada desenrolar de cada fase da operação agita a mídia, e agita os
políticos que ficam negociando para não serem descobertos, ou ainda tentando se
proteger dos seus efeitos. Com isso opositores se aproveitam da situação e
tentam ganhar espaço político gerando mais instabilidade.
Desta forma enquanto durar a operação Lava Jato, assim como o julgamento
do Mensalão agitou a mídia e os mercados, essa operação continuará gerando seus
efeitos gerando instabilidade política que por sua vez se alastram para toda a
economia.
O outro problema é a instabilidade gerada pela possibilidade da perda do
cargo da presidenta seja por qual motivo for. Essa possiblidade pode gerar
muita instabilidade política, pois na verdade o desfecho pode não ser muito
bom.
Desde o final das eleições de 2014 a polarização política ganhou muita força
no país. O Brasil antes considerado pacífico e com uma população que sabia
respeitar diferenças (tanto políticas, religiosas, culturais entre outras), viu
o clima esquentar após os protestos contra a Copa, vários protestos de rua,
aumento da animosidade entre partidários da esquerda e direita, e também entre
petistas e psdebistas. Inclusive amigos de longa data começaram a se desfazer
de seus vínculos, uma prova de que a polarização política se acentuou
gravemente no país.
Discutir política atualmente no Brasil virou sinônimo de risco de perda
de amizades antigas, e alguns mais extremistas chegaram a cogitar que o Brasil
poderia entrar em guerra civil ou até mesmo intervenção militar constitucional
para garantia da Lei e da Ordem.
Ficou um clima de “Terceiro Turno” eleitoral, devido às suspeitas de
fraudes nas eleições que apontavam o Aécio ganhando de virada no último momento
segundo as últimas pesquisas. As redes sociais foram invadidas por denúncias de
fraudes na urna eletrônica.
Somam-se a esse clima de “Terceiro Turno” mal resolvido, as denúncias da
operação lava jato que escancararam um esquema bilionário de corrupção, com a
mídia bombardeando diariamente vazamentos seletivos de provas e de “delações
premiadas”.
O segundo item é a crise fiscal. As pedaladas fiscais que podem levar a
perda do mandato da presidente por crime de responsabilidade este por sua vez fundamento
do impeachement protocolado na Câmara dos Deputados, tem um viés político, mas
também um fator econômico muito preponderante.
Um dos fatos que se revelam é que as contas do governo estavam na
realidade piores do que pareciam. Isso por si só gera uma crise de desconfiança
nos investidores internacionais e internos muito grande, podemos dizer que o
caso “pedaladas” é um mini caso Grego de maquiagem nas contas públicas.[2]
Além da perca de credibilidade gerada pela contabilidade criativa do
último ministro da economia (fazenda) Guido Mantega, o atual Ministro Joaquim
Levy encontrou grandes resistências em suas metas de tentar fazer um ajuste
fiscal, tendo que voltar atrás várias vezes.
Alguns setores da militância petista chegaram a boicotar as políticas do
Levy. A tentativa de ele cortar vários benefícios sociais levou o Congresso a
rejeitar suas propostas, pois parecia naquele momento que só os mais fracos é
que pagariam pelos erros do governo.
Com isso Levy sofreu várias derrotas no Congresso, fazendo o dólar
disparar e também o Brasil perder várias classificações de risco pelas agências
principais.
O problema todo da crise política
é que ela não termina caso a presidenta perca o mandato.
Assim como a maior parte dos setores de direita estão nas ruas
protestando, caso a Dilma perdesse o mandato, é bem provável que os protestos
apenas mudem. Caso ela saia, muitos partidários da esquerda irão aclamar a tese
do “golpe”, podendo inflamar ainda mais protestos de esquerda e de vários
movimentos sociais ligados à esquerda como CUT e MST por exemplo.
Neste caso é até perigoso que os protestos se tornem até mais violentos,
pois a esquerda está dando até mais sinais violentos do que a direita, como no
caso do presidente da CUT que disse recentemente que todos deveriam pegar em
armas para defender a presidente.
Desta forma se for mal digerido, um impeachment mal conduzido pode dar a
impressão de que a presidenta que foi eleita de forma legítima foi tirada do
cargo de forma ilegítima (tese do “golpismo”) podendo dar continuidade aos
protestos, só que desta vez de setores ligados à esquerda e até extrema
esquerda.
A maior parte dos protestos de direita foi pacífica, mas não dá para
saber se os de esquerda seriam também da mesma forma.
Assim acreditamos que se a Dilma perder o cargo, os protestos podem continuar
só que irão mudar de lado.
Num segundo cenário mais pacífico, ou seja, caso ela perca o cargo e os
protestos parem completamente acreditamos que a economia poderia dar sinais de
melhora ainda em 2016.
O fato é que se outro presidente assumir seja ele do PMDB ou PSDB ainda
em 2016 no cenário da Dilma perdendo o mandato, com certeza o próximo ministro
da Economia, que no caso do PSDB seria provavelmente o Armínio Fraga, ele
defende, por exemplo, metas fiscais altas, de até 3% do PIB para estancar o
crescimento da dívida.
Após mais de uma década de governo do PT, com vários programas sociais,
os brasileiros se acostumaram de certa forma com um Estado provedor e protetor.
Caso um governo de direita venha tentar destruir toda essa base social, ainda
que bem intencionado para melhorar as contas e a credibilidade, é bem provável
que os cortes poderão gerar vários protestos sociais, antes para tirar a Dilma
do poder, depois os protestos poderão ser pela retirada brusca de direitos,
ainda que com boa intenção para trazer credibilidade.
Em resumo após anos de governo populista de esquerda, será difícil para a
oposição que assumir no lugar da Dilma sanear as contas e trazer a
credibilidade, desta forma, com ou sem Dilma acreditamos que o mais provável
seja pela continuidade dos protestos e da turbulência política, a diferença é
que se a Dilma continuar, a turbulência pode durar até 2018, de um governo
fraco moralmente devido a tantos escândalos de corrupção com bolsas andando de
lado e economia real estagnada.
Caso ela saia, um novo governo que fosse de direita ou de centro teria
que desfazer anos de governo populista e “gastão”, teria que fazer várias
reformas impopulares (algumas até constitucionais se fossem o caso) que também
se não fossem guiadas por um grande estadista podem gerar ainda mais protestos.
Portanto com ou sem Dilma o cenário à frente: 2016-2017-2018 tem grandes
chances de continuar nebuloso. A diferença é que com a oposição o país iria
sofrer para depois “cair na real”, seria um balde de água fria, mas traria mais
confiança para o próximo ciclo, se a presidenta não cair, serão mais 2 a 3 anos
de “banho maria instabilizador”.
[1]
Escrito por Paulo Eduardo (Chester) M. Pelegrini. Graduado em Direito e pós-graduado
em Direito Tributário. Estudante de graduação de Economia. Autor dos livros: “Capitalismo
Trabalhista” (Ideologia de centro) e “Chave de Davi o Deus de Abraão”
(profecias bíblicas). O autor é escritor por hobbie e também inovador. Criou três inovações na área de TI, um
chamado Linkode (pagamento via
celular com códigos de barras), o outro Mimbdstar
(Manual de Instruções Multimídia de Bens Duráveis) utilizado em grandes
multinacionais na década passada de 2.000 registrado no US Copyright Office. E
atualmente do aplicativo de celular Gownow!
de Comércio Eletrônico do qual é detentor dos Copyrights (Direitos Autorais).
[2] A
Grécia maquiou as contas com objetivo de entrar na União Europeia.
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